Moradores em situação de rua em Fortaleza

Audiência pública na CMFor sobre moradores em situação de rua (foto Evilásio Bezerra)
Para debater a condição da população em situação de rua e acesso a seus direitos, a Câmara Municipal de Fortaleza (CMfor) realizou audiência pública de propositura da vereadora Eliana Gomes (PCdoB). Eliana Gomes relembrou a chacina ocorrida em 19 de agosto de 2004, quando a população em situação de rua, em São paulo, foram mortas na praça da Sé. Dez pessoas foram atacadas e mortas enquanto dormiam. A parlamentar demonstrou sensibilidade com a causa. “As pessoas em situação de rua lutam por dignidade humana. A Prefeitura Municipal de Fortaleza realizou um censo e contabilizou cerca de 1.718 pessoas vivendo nesta situação na cidade por motivos diversos. Aqui, na Câmara Municipal de Fortaleza, temos defendido políticas na luta pelos direitos das pessoas em situação de rua”, comentou a parlamentar. Eliana ainda ressaltou sobre cortes federais em diversas esferas, mas na área social só tem prejudicado as pessoas mais vulneráveis.
Depois da abertura da vereadora foi exibido um vídeo que retratou a realidade da população que moram nas ruas. Houve também a apresentação de um grupo musical do Centro de Convivência de Pessoas em Situação de Rua e de um poeta que entre os versos mostrou a realidade de viver nas ruas da cidade.
Ineas Romero, representante do Ministério Público, ressaltou que o MP elaborou um relatório com o diagnóstico das pessoas em situação de rua não só em Fortaleza, mas em todo o Ceará. Segundo o representante, é importante trabalhar a questão moradia. “A moradia vai além do programa Minha Casa, Minha Vida. Deve ser trabalhado uma política de moradia, moradia popular e de inclusão. A habitação sistemática virou samba de uma nota só ‘Minha Casa, Minha Vida’. Precisamos integrar além da moradia a política de saúde. O último censo enfatizou que pessoas em situação de rua tem problemas com o álcool e drogas. Os CAPS AD precisam estar mais próximo a essas pessoas fragilizadas. Outro dado importante no relatório apresenta que 20% das pessoas precisam cuidar da saúde mental devido ao rompimento de vínculos”, relatou.
Francisco Ibiapina, secretário executivo dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, enfatizou a necessidade de dados para poder elaborar políticas eficazes para as pessoas de rua. “Precisamos de políticas públicas específicas para mitigar o sofrimento das pessoas que moram nas ruas. Precisamos também de dados para sermos mais enfáticos no atendimento da população. Em 2014, foi realizado um censo que apresentou cerca de 1.700 pessoas morando nas ruas. Iniciamos, recentemente, uma nova pesquisa que vai quantificar e qualificar essa população”, evidenciou.
Há um ano e seis meses morando no Centro de Fortaleza, Fernando Cutrim participou do debate. Fernando pediu maiores oportunidades para as pessoas que estão na mesma situação que ele. “Várias ações precisam ser tomadas para melhoria de vida das pessoas. Demagogia é falar que está tudo bem. O Centro Pop deveria abrigar mais gente, pois a tendência é aumentar devido a crise. Falar o termo ‘morador de rua’ não é para que tenham pena de nós. Precisamos apenas de oportunidades”, finalizou.
www.cmfor.ce.gov.br

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